domingo, 20 de janeiro de 2008

Poema - 23



FIDELIDADE

Diz-me devagar coisa nenhuma, assim
como a só presença com que me perdoas
esta fidelidade ao meu destino.

Quando assim não digas é por mim
que o dizes. E os destinos vivem-se
como outra vida. Ou como solidão.

E quem lá entra? E quem lá pode estar
mais que o momento de estar só consigo?

Diz-me assim devagar coisa nenhuma:
o que à morte se diria, se ela ouvisse,
ou se diria aos mortos, se voltassem.

JORGE DE SENA

6 comentários:

Anónimo disse...

Vezes há que se fala...e não se diz coisa nenhuma...outras que não se fala e tanto se diz...

Doce meu beijo

Elvira Carvalho disse...

Não conhecia. Muito bom.




Amigo, tem um prémio especial no Sexta-feira. Tão especial que não nomeei blogs, mas pessoas.
Um abraço

ruth ministro disse...

Muito bonito.

Boa semana :) Beijo

Elvira Carvalho disse...

Já levei o selo. Obrigada.
Um abraço.

S. disse...

:)

Magnífico!

Anónimo disse...

Gostei do seu cantinho, Está interessante. Cumprimentos cindapereira