PASTORAL
Fora eu zagal e andara pelos montes
Do rebanho na rude companhia,
Amando o cego amor-amor das fontes
Quebradas de compassos de harmonia.
E ao silêncio da noite, na elegia
Da sombra do luar nos horizontes,
Ouvir dos longes de água a profecia
Num sonho revelado por mil frontes.
Fora eu zagal em todo esse além- mundo
Do rosário dos ecos, do profundo
Doutras encostas, repetindo: Eh! gado!
Rezar ao Sol em graça dos cordeiros
- Que amor de vida! - lá pelos outeiros,
Entre o aroma das rosas do montado.
Afonso Duarte
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