Matias, o apóstolo "póstumo". É assim chamado porque surgiu depois da morte do apóstolo Judas Iscariotes, o traidor, para o substituir. Alguns teólogos se referem a ele como o décimo terceiro apóstolo. Nasceu depois do Messias, em data incerta, no Séc. I, na Judeia, e morreu cerca do ano 80 d.C. (Séc. I), em Jerusalém. "Depois da Ascensão de Jesus, Pedro disse aos demais discípulos: Irmãos, em Judas se cumpriu o que dele se havia anunciado na Sagrada Escritura: Com o preço de sua maldade se comprou um campo". O salmo 109:8 ordena "Que outro receba seu cargo".
“Convém, então, que elejamos um para o lugar de Judas. E o eleito deve ser dos que estiveram entre nós o tempo todo em que o Senhor conviveu entre nós, desde que foi baptizado por João Baptista até que ressuscitou e subiu aos céus”. “E foram designados dois: José, de apelido Barsabás, chamado Justo, e Matias…depois tiraram à sorte e a sorte caiu em MATIAS”.(Act 1, 21-26)
Segundo as palavras de Pedro registadas em Actos 1:21, 22, Matias havia sido
seguidor de Jesus durante os três anos e meio do seu ministério e havia estado
intimamente associado com os apóstolos. Provavelmente era um dos setenta
discípulos ou evangelistas que Jesus enviou para pregar, segundo o relato de
Lucas 10:1. Após a sua escolha, ele foi "contado com os restantes onze
apóstolos" pela congregação e quando o livro dos Actos logo depois fala dos "apóstolos"
ou dos "doze", isso, lógicamente, já incluía Matias.
As outras informações existentes sobre Matias fazem parte das tradições e dos escritos da época. Esses registros, entretanto, são apenas fragmentos com algumas citações e frases, que foram recuperadas e, segundo os teólogos, são de sua autoria. De facto, existe uma certa confusão entre os apóstolos Matias e Mateus em alguns escritos antigos.
Segundo a tradição Matias evangelizou na Judéia, Capadócia e, depois, na Etiópia. Ele sofreu perseguições e o martírio, morreu apedrejado e decapitado em Colchis, Jerusalém, testemunhando sua fidelidade a Jesus.
Porém, de acordo com outras referências históricas há versões diferentes,
tudo levando a crer que Matias foi mesmo morto em Jerusalém. De acordo com Nicéforo,
Matias primeiro pregou o Evangelho na Judéia,
seguindo para a Etiópia e, posteriormente, dirigiu-se para região da Cólquida
(agora conhecida como Geórgia Caucasiana), onde foi crucificado. Um marco
localizado nas ruínas da fortaleza romana de Gônio, actual Apsaros, nas modernas regiões
georgianas de Adjara
indicam que Matias estará sepultado naquele lugar.
A Sinopse de Doroteu contém
esta tradição:
"Matias pregou o
Evangelho aos bárbaros e canibais no interior da Etiópia, onde a Baía de Hyssus
se encontra, na foz do Rio Fásis. Ele faleceu em Sebastopólis e está sepultado
aqui, próximo ao Templo do Sol."
Um trecho dos Actos Coptas de André e Matias localiza a sua
actividade similarmente na "Cidade dos Canibais", na Etiópia.
Já a tradição, narrada por Hipólito de Roma, informa que Matias teria morrido
em idade avançada em Jerusalém.
Certo é que há registos de que Santa Helena, mãe do imperador Constantino, o Grande, mandou trasladar as relíquias de São Matias para Roma, onde uma parte está guardada na igreja de Santa Maria Maior. O restante delas encontra-se na antiqüíssima igreja de São Matias, em Treves, na Alemanha, cidade que a tradição diz ter sido evangelizada por ele e que o tem como seu padroeiro.
Santa Helena está também ligada ao achado da Cruz em que Jesus Cristo foi crucificado, pois foi ela que mandou procurar debaixo dum templo, a dita Cruz, mandando escavar a terra, já que era hábito os judeus enterrarem os materiais com que faziam as suas vítimas. Foram encontradas as 3 cruzes e mediante um toque milagroso descobriu-se qual era a Cruz em que havia padecido Jesus. As 3 cruzes tocaram um moribundo, mas só a última, a Cruz de Cristo, o curou de imediato.
O dia litúrgico de São Matias é comemorado a 14 de Maio (hoje).
O Evangelho de Matias é um texto perdido dentre os “Apócrifos” do Novo Testamento, atribuído a Matias, o apóstolo escolhido para suceder Judas Iscariotes (Actos 1:15-26). O conteúdo pode ser inferido através de diversas descrições dele em trabalhos antigos dos pais da Igreja. Há pouquíssima evidência para concluir se “Tradições de Matias” é o mesmo tratado, como afirma J.B.Matthews em The Anchor Bible Dictionary (IV:644).
Sem comentários:
Enviar um comentário