Papa Pio IX
Lourdes é uma pequena cidade localizada no sudoeste da França, nos montes Pireneus, pertencente à diocese de Tarbes; um dos santuários marianos mais freqüentados.
No local das aparições passa o rio Gave; ao lado está o rochedo Massabielle. Esta rocha forma uma reentrância oval, que é a chamada gruta Massabielle, onde Nossa Senhora apareceu 18 vezes no ano de 1858 a Bernardete Soubirous, de 14 anos. Sua família era muito pobre. Esta jovem sofria de asma e tinha tendência à tuberculose. Foi uma moça quase sempre doente.(#Faleceu a 16.04.1879 com 35 anos.#Em 1933 o Papa Pio XI declarou-a Santa).
Em 8 de Dezembro de 1854 o Papa Pio IX tinha proclamado solenemente o dogma de Fé da Imaculada Conceição de Maria. Então, quatro anos depois, a própria Virgem Maria, em pessoa, quis confirmar este dogma. Foi quando em 25 de março de 1858, na sua 16ª. aparição, de manhã, na festa da Anunciação, revelou seu Nome a Santa Bernadette nas aparições de Lourdes.
No despertar daquele dia 25 de Março de 1858, Bernadette sentiu-se novamente 'pressionada' para ir à gruta. Era uma força estranha que nascia em seu interior, que não sabia explicar. Mas era muito cedo e seus pais aconselharam-na a esperar o dia clarear. Às 5 horas da manhã pôs-se a caminho. Depois de rezar o terço em êxtase, levantou-se e caminhou em direcção à Aparição e conversaram:
- “Mademoiselle, quer ter a bondade de me dizer quem é, se faz o favor”?
“Aqueró” sorriu, não respondeu.
Ela insiste na solicitação, a segunda e a terceira vez, obtendo como respostas um sorriso carinhoso e modesto da Visão.
Mas Bernadette tinha a necessidade de saber o nome Dela, precisava levar esta notícia ao Senhor Abade, porque caso contrário, ele não construiria a Capela. Por isso, com mais amor e decisão insistiu uma quarta vez suplicando que Ela dissesse o seu nome.
Desta vez a Aparição não sorriu mais, ficou séria.
As mãos que estavam unidas afastaram-se estendendo sobre a terra e depois novamente juntas à altura do peito, levantou os olhos ao Céu em sinal de profunda humildade e obediência a Deus e disse:
- “EU SOU A IMACULADA CONCEIÇÃO”.
Dito isto, desapareceu.
Bernadette retornou a si e para não se esquecer das palavras, repetiu-as várias vezes, tropeçando nas letras que mal sabia pronunciar. Fugiu das perguntas de todos e correu para a casa do Senhor Abade Peyramale. Lá chegando, antes mesmo de o cumprimentar gritou:
- 'Que soy era Immaculada Councepciou' (no seu dialecto patois de Lourdes) 'Eu sou a Imaculada Conceição'.
0 Abade ficou perplexo. Não sabia se sorria ou ocultava o seu júbilo, procurando num último esforço, certificar-se do óbvio:
- 'Pequena orgulhosa, tu és a Imaculada Conceição'?!...
- 'Não, não, não eu'.
Peyramale sente que está diante de uma grande revelação: 'A Virgem é concebida sem pecado'.
A partir daí, o padre Peyramale, que era o Cura de Lourdes, passou a acreditar nas aparições de Maria à pobre Bernadette, e com ele toda a Igreja.
“Na plenitude dos tempos”, diz o Apóstolo, “Deus enviou Seu Filho ao mundo nascido de uma mulher”. No ponto central da história da salvação deu-se um acontecimento ímpar em que entra em cena a figura de uma Mulher. O mesmo Apóstolo nos lembra: “Não foi Adão o seduzido, mas a mulher”; portanto, devia ser também por meio da mulher que a salvação chegasse à terra.
Para isso foi preciso que Deus preparasse uma nova Mulher, uma nova Virgem, uma nova Eva, que fosse isenta do pecado original, que pudesse trazer em seu seio virginal o autor da salvação. A Mãe de Deus não poderia ter o pecado original.
Como nenhum ser humano era livre do pecado e de Satanás, foi então preciso que Deus preparasse uma mulher livre, para que Seu Filho fosse também isento da culpa original, e pudesse libertar Seus irmãos.
Assim, o Senhor antecipou para Maria, a escolhida entre todas, a graça da Redenção que seu Filho conquistaria com Sua Paixão e Morte. E Maria foi concebida no seio de sua mãe, Santa Ana, sem o pecado original.
Como disse o cardeal Suenens: “A santidade do Filho é causa da santificação antecipada da Mãe, como o sol ilumina o céu antes de ele mesmo aparecer no horizonte” .
O cardeal Bérulle explica assim: “Para tomar a terra digna de trazer e receber seu Deus, o Senhor fez nascer na terra uma pessoa rara e eminente que não tomou parte alguma no pecado do mundo e está dotada de todos os ornamentos e privilégios que o mundo jamais viu e jamais verá, nem na terra e nem no céu” (Con. Vidigal, Temas Marianos, p. 307).
O Anjo Gabriel disse-lhe na Anunciação: “Ave, cheia de graça...” (Lc 1,28). Nesse “cheia de graça”, a Igreja entendeu todo o mistério e dogma da Conceição Imaculada de Maria. Se ela é “cheia de graça”, mesmo antes de Jesus ter vindo ao mundo, é porque é desde sempre toda pura, bela, sem mancha alguma; isto é, Imaculada.
Em 8 de dezembro de 1854 o Papa Pio IX declarava dogma de fé a doutrina que ensinava ter sido a Mãe de Deus concebida sem mancha por um especial privilégio divino. Na Bula “Ineffabilis Deus”, o Papa diz:
“Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um especial privilégio de Deus Todo Poderoso e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do gênero humano, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda a mancha do pecado original no primeiro instante de sua conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser adorada firmemente e constantemente por todos os fiéis”.
É de notar que em 1476 a festa da Imaculada foi incluída no Calendário Romano. Em 1570, o papa Pio V publicou o novo Ofício e, em 1708, o papa Clemente XI estendeu a festa a toda a Cristandade tornando-a obrigatória.
Pérolas de Fé:
Neste seio virginal, diz S. Luiz, Deus preparou o “paraíso do novo Adão” (Tratado da Verdadeira Devoção , n. 18).
Santo Afonso de Ligório, doutor da Igreja e ardoroso defensor de Maria, falecido em 1787, disse: “Maria tinha de ser medianeira de paz entre Deus e os homens. Logo, absolutamente não podia aparecer como pecadora e inimiga de Deus, mas só como Sua amiga, toda imaculada” (Glórias de Maria, p. 209). E ainda: “Maria devia ser mulher forte, posta no mundo para vencer a Lúcifer, e portanto devia permanecer sempre livre de toda a mácula e de toda a sujeição ao inimigo” (idem, p. 209).
S. Bernardino de Sena (F. a 1444), diz a Maria: “Antes de todas as criaturas fostes, ó Senhora, destinada na mente de Deus para Mãe do Homem Deus. Se não fosse por outro motivo, ao menos pela honra de seu Filho, que é Deus, era necessário que o Pai Eterno Te criasse pura de toda mancha”.
Diz o livro dos Provérbios: “A glória dos filhos são seus pais” (Pr 17,6); logo, é certo que Deus quis glorificar "Seu Filho humanado" também pelo nascimento de uma Mãe toda pura.
S. Tomas de Vilanova (F. a 1555), chamado de "São Bernardo espanhol", disse, em sua teologia sobre Nossa Senhora: “Nenhuma graça foi concedida aos santos sem que Maria a possuísse desde o começo em sua plenitude”.
S. João Damasceno, doutor da Igreja (F. a 749), afirma: “Há, porém, entre a Mãe de Deus e os servos de Deus uma infinita distância”.
E pergunta S. Anselmo, bispo e doutor da Igreja (F. a 1109), e grande defensor da Imaculada Conceição: “Deus, que pôde conceder a Eva a graça de vir ao mundo imaculada, não teria podido concedê-la também a Maria?”
“A Virgem, a quem Deus resolveu dar Seu Filho Único, tinha de brilhar numa pureza que ofuscasse a de todos os anjos e de todos os homens e fosse a maior imaginável abaixo de Deus”.
É importante notar que S. Afonso de Ligório afirma: “O espírito do mal buscou, sem dúvida, infeccionar a alma puríssima da Virgem, como já havia infeccionado com seu veneno a todo o gênero humano. Mas louvado seja Deus! O Senhor a preveniu com tanta graça, que ficou livre de toda mancha do pecado. E dessa maneira pode a Senhora abater e confundir a soberba do inimigo”.
Nenhum de nós pode escolher sua Mãe; Jesus pôde.
Então pergunta S. Afonso: “Qual seria aquele que, podendo ter por Mãe uma rainha, a quisesse uma escrava? Por conseguinte, deve-se ter por certo que a escolheu tal qual convinha a um Deus”.
Quando Deus eleva alguém a uma alta dignidade, também o torna apto para exercê-la, ensina S. Tomás de Aquino. Portanto tendo eleito Maria para Sua Mãe, por Sua graça a tornou digna de ser livre de todo o pecado, mesmo venial, ensinava S. Tomás; caso contrário, a ignomínia da Mãe passaria para o Filho.
Nesta mesma linha afirmava S. Agostinho de Hipona, Bispo e doutor da Igreja (F. a 430), já no século V: “Nem se deve tocar na palavra “pecado” tratando-se de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, que a preservou de todo pecado por sua graça”.
Pergunta S. Cirilo de Alexandria (370-444), bispo e doutor da Igreja: “Que arquitecto, erguendo uma casa de moradia, consentiria que seu inimigo a possuísse inteiramente e habitasse?”.
S. Bernardino de Sena ensina que Jesus veio para salvar a todos, inclusive Maria. Contudo, há dois modos de remir: levantando o decaído ou preservando-o da queda. Este último modo foi o que Deus aplicou a Maria.
Podendo o Espírito Santo criar Sua Esposa toda bela e pura, é claro que assim o fez. É dela que fala: “És toda formosa minha amiga, em ti não há mancha original”. Chama ainda Sua Esposa de “jardim fechado e fonte selada”, onde jamais os inimigos entraram para ofendê-la.
“Ave, cheia de graça!” Aos outros santos a graça é dada em parte, contudo a Maria foi dada em sua plenitude. Assim “a graça santificou não só a alma mas também a carne de Maria, a fim de que com ela revestisse depois o Verbo Eterno”, afirma S. Tomás.
O´ Maria concebida sem pecado; rogai por nós que recorremos a Vós!
(Créditos: Prof.Felipe Aquino, doutor em Física e Director da Fundação João Paulo II. Blog - www.cleofas.com.br/ver www.derradeirasgracas.com/Wikipédia/Canção Nova/Google)
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